Nem mesmo a noite agradável em pleno inverno paulistano ajudou e, talvez por ser uma terça, a casa não atingiu sua lotação para receber os rapazes da Flórida. Mas voltando ao show, a primeira surpresa veio cedo. A banda de abertura, La Raza, acabou não aparecendo...
Então, às 22h o Limp Bizkit subiu ao palco, depois de anos prometendo uma visita ao país. A banda abriu seu show com a música "Hot Dog", do terceiro álbum do grupo, "Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavored Water" seguida de "Show Me What You Got", que não esquentaram muito a galera. “My Generation” até serviu para aquecer, mas o ponto alto da noite veio mesmo mais para a metade do show, com uma seqüência mais famosa, com "My Way" som de maior sucesso da banda, "Nookie" e "Take a Look Around", mais conhecida como tema de missão impossível e que colocou todo mundo pra pular.
A formação do grupo é a original e conta com Sam Rivers no baixo, DJ Lethal (teclados e DJ), John Otto nas baquetas e Wes Borland nas guitarras. Além de Durst, que tem uma grande presença de palco, um dos grandes nomes da banda é sem dúvida Wes. O rapaz é o principal compositor da banda, tendo um estilo diferenciado que criou toda uma tendência às bandas de new metal no auge do estilo, em meados de 2000. Hoje, apesar dos riffs não fazerem mais tanto sucesso, Borland continua mostrando uma atitude muito peculiar. Sempre com figurinos super produzidos e de muito estilo, ele causa um grande impacto visual nas performances do LB.
Gostos a parte, pois sabemos que Fred é muito criticado pelos rockeiros mais exigentes, é inegável dizer que Fred é um grande frontman. O vocal agita o tempo todo, conversa com a platéia, chama o público pra participar da festa e sabe como incendiar a galera com suas frases de efeito e brincadeiras politicamente incorretas. Para comprovar isso, outro destaque da noite ficou com o convite de Durst para que as mulheres subissem ao palco para dançar ao seu lado, ao som de “Faith”. As garotas não titubearam para aceitar o convite e fizeram uma grande festa.
Outra surpresa, até mesmo estranha, da noite foi o fato da banda não ter tocado as músicas “Gold Cobra” e “Shotgun”, do CD novo. Engraçado o grupo estar divulgando o disco e não mandar os singles mais conhecidos do álbum, mas positivo o fato de terem reservado um espaço no set para as músicas que o público queria ouvir. Fred, inclusive, fez uma votação para que a galera escolhesse uma música e a vencedora foi “Pollution”, seguida de “Counterfeit”.
Destaque também para o público, que agitou demais. Com bastante espaço na pista, surgiu uma grande oportunidade para que os fãs fizessem grandes rodas próximas ao palco, o que provocou bastante tumulto, mas também muita agitação. Uma festa a parte da galera presente no show, que agradou bastante Fred e arrancou muitos elogios aos fãs brasileiros.
A crítica fica por conta das falhas pontuais no som, que falhava em determinados momentos, e no telão pifado ao lado direito da pista, além da tal divisão da pista VIP. Totalmente desnecessária. Nem a banda gostou. Durst, em um momento de empolgação, mandou o público da Pista Comum invadir. Para sorte dos seguranças, apenas alguns pularam a grade e o show seguiu tranquilamente.
Com “Rollin”, outro som que fez muito sucesso no começo da carreira, o Limp Bizkit encerrava em grande estilo sua apresentação em São Paulo. Como despedida, ficou a promessa de que a banda voltará em breve. Assim esperam os fãs.