De qualquer forma, "Nightmare" é um quinto álbum de estúdio que obviamente segue focado nos últimos acontecimentos e que, de uma forma ou outra, conferiu um tom mais sério e obscuro ao repertório. Musicalmente, o novo trabalho continua com a expansão sonora iniciada timidamente no excelente "City Of Evil" (05) e que, posteriormente, foi intensificada no auto-intitulado "Avenged Sevenfold" (07). Ou seja, a banda continua se afastando de suas raízes Metalcore – e 'afastando' não significa 'abolindo', que fique claro.Assim, aquele Metalcore furioso e de tendências juvenis está se transformando em algo mais complexo ao mesclar sua faceta pesada e melódica a uma considerável gama de estilo, e some aí um fator emocional tão sincero que passa longe de soar apelativo. E, mesmo que algumas dessas aventuras sonoras transpareçam um evidente experimentalismo, como os pianos, assobios e cornetas em "Danger Line", tudo parece funcionar confortavelmente bem. Simplificando: as composições estão diferentes, mas geralmente melhores.
O disco possui canções tão distintas entre si, que, em um primeiro momento, poderá intrigar o ouvinte. Mas as audições vão se sucedendo umas às outras e invocando muitas emoções diferentes, desde os riffs pesados de "God Hates Us" (com o versátil M. Shadows voltando a gritar), até as belíssimas baladas "So Far Away" e "Tonight The World Dies", e o encerramento com "Save Me", cujos 11 minutos são recheados com várias mudanças de ritmos. E, pelo caminho, o Avenged Sevenfold mostra inspiração em composições que tendem ao mainstrean, mas longe de serem estéreis.
Dedicado à memória do falecido baterista – e o disco traz uma bonita foto neste sentido – o Avenged Sevenfold amadureceu a ponto de, talvez, atingir novos níveis de aceitação que não seja somente o público da nova geração. Comprovando a boa fase, "Nightmare" atingiu o top 5 das paradas do Reino Unido e o primeiro lugar nos Estados Unidos... É claro que, apesar de ser um bom disco, este resultado também fica atrelado à repercussão que a mídia fez acerca da morte prematura de The Rev, mas e daí? Ainda assim é um belo feito.
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