Fonte: CyndiShine.blogspot
Depois de três anos desde sua última passagem pelo Brasil, a cantora americana Cyndi Lauper, de 57 anos, está de volta e se prepara para a sua maior turnê pelo País - serão oito shows. Ela desembarca em Goiânia no dia 25 para apresentação única da turnê Memphis Blues no Atlanta Music Hall. De todos os shows no País, o de Goiânia é os que têm os ingressos mais baratos, a partir de R$ 40. "Ouvi dizer que Goiânia é um lugar bem arborizado, verde e exuberante mesmo sendo uma cidade agitada. Mal posso esperar pra conhecer", disse a cantora em entrevista exclusiva ao Popular.
A extravagante cantora e atriz ficou conhecida nos anos 1980, quando lançou hits como Time After Time, Girls Just Want to Have Fun, True Colors e The Goonies R Good Enough. A última fez parte da trilha do filme Os Goonies (1985), que marcou a infância de muito marmanjo por aí. Na época, Cyndi, uma notória ativista do movimento de defesa dos direitos dos gays, chegou a rivalizar em popularidade com outra extravagante cantora e atriz loira, Madonna.
Os shows no Brasil serão baseados no último CD de Cyndi, Memphis Blues, no qual ela revisita o gênero que alimentou do jazz ao rock. "O blues é uma parte tão importante da música que queria fazer uma homenagem a ele há algum tempo", contou ao Popular. Além das críticas favoráveis, o disco foi indicado ao PopularGrammyPopular de melhor disco de blues tradicional.
Para não decepcionar os fãs saudosos da imagem burlesca de Cyndi, ela promete relembrar os antigos sucessos. Para os mais jovens, uma boa - mas não precisa - comparação é que o frisson que Cyndi Lauper causou nos anos 1980 é parecido com o de Lady Gaga nos dias de hoje. Aliás Cyndi trabalhou com Gaga há um ano numa campanha em prol de mulheres diagnosticadas com aids. Na entrevista a seguir, Lauper relembra os anos 1980, antecipa como será o show em Goiânia e confirma que as "garotas ainda só querem se divertir" como cantou em seu involuntário e delicioso hino feminista Girls Just Want to Have Fun.
Confira trechos:
Apesar de você já ter se apresentado no Brasil outras vezes, essa é sua maior turnê passando por lugares que você nunca esteve, como Goiânia. Qual sua expectativa para esses shows?
Uma das coisas que eu mais aprecio na minha carreira é o fato de ela me permitir viajar pra lugares nos quais nunca estive. Eu amo a América do Sul e eu amo o Brasil. O que eu espero é me divertir no palco, uma vez que o público brasileiro está entre os melhores do mundo. Eu espero comidas incríveis, músicas incríveis, pessoas lindas. O Brasil é um dos meus lugares favoritos.
O que você espera do público em Goiânia? O que você já ouviu falar sobre a cidade?
Estou muito empolgada! Mal posso esperar para ver Goiânia! Eu ouvi dizer que é um lugar bem arborizado, verde e exuberante mesmo sendo uma cidade agitada. Mal posso esperar pra conhecer.
Sua imagem new wave coloridíssima e burlesca marcou toda a geração que viveu os anos 1980. Como este público tem recebido sua nova faceta cantando blues?
Meus fãs têm me apoiado bastante nesse novo álbum e nesse novo estilo e eu não poderia agradecê-lo o bastante por isso. As vezes é difícil fazer uma transição como artista, mas nesse caso eu tenho tido uma recepção muito boa. Tem sido um processo maravilhoso.
Como será o repertório do show em Goiânia. Vai ficar focada apenas nos hits antigos ou nas canções de Memphis Blues?
O show é sempre uma mistura de ambos. A lista das músicas muda todas as noites porque gostamos de manter as coisas divertidas e surpreendentes. Vocês vão mesmo ter de esperar pra saber! Mas vocês vão ouvir muitos dos meus sucessos e também músicas de Memphis Blues.
Da onde veio sua inspiração para gravar Memphis Blues? O que o álbum significa para sua carreira?
Sempre quis gravar um álbum assim de blues. O estilo é uma parte tão importante da música que queria fazer uma homenagem a ele há algum tempo. É um álbum realmente importante pra mim e estou muito orgulhosa dele.
B.B. King é seu convidado no disco na faixa Early in the Morning. Como foi gravar com alguém que tem a história que ele tem?
Foi absolutamente um sonho! Todos que trabalharam no álbum foram maravilhosos, talentosos e inspiradores. Estou muito agradecida por ter tido a oportunidade de trabalhar com músicos tão incríveis. BB King é uma lenda e o fato de ele ter concordado em tocar no meu álbum é ainda um choque pra mim, eu me sinto abençoada. Ele gravou as partes dele em seu próprio estúdio em Las Vegas porque não pôde vir até Memphis quando estivemos lá.
Você acredita que exista uma grande diferença entre o públicos de seus shows nos anos 1980 e o público atual?
Eu acredito que o público agora tem maiores expectativas em relação aos artistas, o que é ótimo, uma vez que me instiga a querer oferecer-lhes o melhor que eu puder.
Como é seu relacionamento com os fãs?
É um dos relacionamentos mais importantes pra mim. Sem os meus fãs não haveria um motivo pra eu estar onde estou hoje. Quero sempre continuar a oferecer o melhor de mim pra eles.
Seus fãs são aqueles fiéis que a acompanham desde os anos 1980 ou a onda oitentista dos anos 2000 fez com que você ganhasse novos fãs?
Eu realmente tenho tido muita sorte. Tenho fãs maravilhosos que têm estado comigo desde o começo. Eu acho (ou ao menos espero!) que Memphis Blues tenha aberto uma nova porta e permitido que mais pessoas fossem apresentadas à minha música.
Está ansiosa para voltar ao Brasil?
Mal posso esperar pra voltar pro Brasil. Já faz tanto tempo! Sempre tenho momentos divertidos durante as minhas visitas, então estou empolgada pra voltar.
Quem é na sua opinião a maior estrela que a música pop produziu?
Michael Jackson.
O que não pode faltar no iPod de Cyndi Lauper?
O botão aleatório... Eu gosto de ouvir tantas coisas diferentes, dependendo do meu humor, então não posso dizer que exista apenas um artista ou um tipo de música que não pode faltar no meu iPod. Mas se eu tivesse que escolher um gênero eu diria rock.
Fazendo um retrospecto de sua carreira, tem alguma coisa que você teria feito diferente?
Eu acho que sempre que se olha pra trás se torce o nariz um pouco (uma ou duas roupinhas ridículas!), mas eu não mudaria coisa alguma, nada mesmo. Não estaria onde estou sem todos esses degraus que subi pra chegar aqui.
Como é seu envolvimento com a causa gay? Na sua opinião, por que o preconceito ao invés de diminuir com o tempo em alguns aspectos aumenta?
Eu me posiciono firmemente junto com minha família e amigos ao lado da comunidade gay. Estamos em 2011 e ainda estamos trabalhando por igualdade. É muito triste que não possamos ultrapassar o preconceito. Mas acho que as coisas estão melhorando sim, as pessoas estão se importando com o fato de seus vizinhos, colegas de trabalho, familiares e amigos estarem sofrendo discriminação todos os dias. E não é o preconceito que está aumentando, e sim o foco e a atenção em um problema que não tem mais lugar na nossa sociedade. As pessoas estão falando em voz alta e dizendo que já é o bastante. Nós temos que continuar a apoiar a comunidade LGBT e fazer as pessoas entenderem que, se negamos liberdade a um grupo, então nenhum de nós será livre.
Passado tantos anos de sua icônica canção Girls Just Wanna Have Fun, você ainda acredita que as garotas ainda só querem se divertir?
Sim, mas é claro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário