FONTE: Whiplash!
Stephanie, entretanto, tinha suas próprias ideia sobre como lidar com Axl, e em meados de 1994, ela deu entrada num processo cível contra ele, visando compensação pela violência doméstica da qual ela tinha sido vítima. Axl ficou horrorizado com essa reviravolta nos acontecimentos. No coração dele, ele nunca tinha perdido a esperança de ter algum tipo de reconciliação com Stephanie. Esse processo mostrou a ele que era em vão. Para aumentar a pressão sob a qual ele se encontrava agora, quando Erin Everly se viu intimada a testemunhar no processo de Stephanie, ela decidiu entrar com sua própria ação legal, acusando seu ex-marido de agressão e abuso sexual.
De repente, tudo começou a ficar bem pesado para o vocalista. Uma coisa era ser humilhado por um ex-colega de banda, como ele se sentia em relação a Steven, e num grau menor, em relação à Izzy. Mas ter os detalhes mais sórdidos de sua vida pessoal discutidos abertamente era simplesmente muito pra ele. Especialmente quanto tais detalhes incluíam coisas como a ex-colega de apartamento de Erin, Meegan Hodges-Knight, testemunhando sob juramento sobre a ocasião na qual ela acordou à noite para ouvir Erin implorar a Axl, “Pare, por favor. Não me machuque, não me machuque,” enquanto Axl gritava impropérios para ela. “E de repente ele vinha e quebrava todas as antiguidades caras dela, e ela dizia, ‘por favor, não quebra isso, por favor’, e tentava tirá-las das mãos dele. E ele a empurrava e quebrava tudo que conseguia alcançar. Eu me lembro de dormir e acordar com cristal voando sobre minha cabeça, despedaçando-se no chão.”
Hodges-Knight, que estava namorando com Slash na época, lembrava-se de “pedir a Slash que fizesse algo, ou eu faria. Eu disse, ‘Eu tenho que fazer alguma coisa’ ou algo do tipo. E Slash dizia, ‘Não, você vai piorar as coisas’.” Ela também lembrou, em seu testemunho juramentado de como ela tinha testemunhado Axl chutar Everly e a arrastar pelo chão puxando-a pelos cabelos numa noite enquanto ela trajava top e calcinha transparentes. Ele em seguida jogou um aparelho de televisão contra ela, ela disse, que por sorte, não a atingiu, e depois cuspiu nela. “Aquele porco,” Meegan bradou. “Ele cuspiu nela.”
Em seu próprio testemunho, Erin afirmou que Axl abusou sexualmente dela, descrevendo em detalhes chocantes, uma ocasião quando ele primeiramente a mandou tirar um maiô que ela estava usando, amarrou as mãos dela aos tornozelos, por trás, colocou fita adesiva sobre sua boca e uma venda sobre seus olhos, e depois a levou, nua, em um armário onde ele a deixou imobilizada por horas. Ela disse que a certa altura ela conseguia ouvir Axl em outro cômodo conversando com um amigo em comum, alheio a seu sofrimento.
Quando Axl finalmente permitiu que Erin saísse do closet, ela disse, ele a pegou e pressionou-a de barriga para baixo numa cama. E ele então, ‘sodomizou-a arduamente. Muito arduamente.”
“Você estava gritando?” ela foi questionada.
“Sim.”
“Quanto tempo durou isso?”
“Eu não lembro”
“O que aconteceu quando terminou?”
“Ele tirou e enfiou na minha boca.”
Erin também afirmou que Axl acreditava que ela e Seymour tinham sido irmãs em uma vida passada e que agora estavam tentando matá-lo. Axl também havia dito a ela que “em uma vida passada nós éramos índios e que eu matei nossos filhos, e por isso ele era tão mau comigo nessa vida.” Ainda mais insolitamente, Erin disse que Axl havia dito que “Ele estava possuído” pelo espírito de “John Bonham”, o notoriamente louco baterista do Led Zeppelin que morreu durante o sono em 1980 após beber até desmaiar. Ela também disse que Axl em certa vez tirou todas as portas do apartamento de modo a observá-la onde quer que ela fosse.
Também veio à tona que em certa altura do período pelo qual estiveram casados, que Axl tinha sido ‘enganado’ quando tentou realizar um tipo de exorcismo, para limpar o casamento de suas energias negativas. “Envolvia principalmente um tipo de erva,” um Axl obviamente constrangido testemunhou. Um ‘trabalho em minha pele’, pelo qual ele disse que cobraram 72 mil dólares. ‘Eu acabei sendo roubado em muito dinheiro a longo prazo. ’
Esse tipo de exposição estava muito além do que Axl desejava, e apesar dele ter negado muitas das acusações, ele instruiu seus advogados a entrarem em acordo imediatamente, o que eles fizeram: um processo que viu a ex-Sra. Rose sair andando com um valor não-revelado, mas que acredita-se que passou de um milhão de dólares. Axl também ordenou a seus representantes que rapidamente coletassem todas as poucas cópias existentes de uma fita contendo a versão não-lançada do clipe de ‘It’s So Easy’ de cinco anos antes, que mostrava Erin amarrada em trajes de bondage, com uma bola vermelha enfiada em sua boca, enquanto Axl grita para ela: “Olha eu te batendo! Você vai ao chão!”
O caso de Stephanie se arrastou por consideravelmente mais – com Axl peticionando uma ordem restritiva a certo ponto alegando que ela tinha levado cocaína pra casa dele na presença do filho dela de dois anos, Dylan. Mas, mais uma vez, com Axl arisco a ter Stephanie jogando no ventilador os detalhes dos piores aspectos de seu relacionamento com ela – de acordo com um amigo íntimo, Axl também acreditava que ele e Stephanie tinham estado juntos em mais de 15 vidas passadas – ele eventualmente entrou em um acordo antes do caso ser julgado, concordando em pagar supostos 400 mil dólares. Mais uma vez, Axl negaria muito do que sua ex-amante afirmava, até mesmo que ele tivesse pago pra se livrar do caso. O advogado de Stephanie, Michael Plonsker, não confirmou nem negou a quantia, e limitou-se a dizer que o processo foi resolvido “amigavelmente.”
Nem Erin nem Stephanie jamais fizeram queixas-crime. O estrago estava feito, entretanto, e a história de suas ações conjuntas contra Axl chegaram à capa da revista People em 1995. Um mês depois de a revista ter publicado a história da prisão de OJ Simpson como seu indiciamento pelo suposto assassinato de sua esposa Nicole Simpson, a maioria das pessoas adotou uma visão firmemente distorcida desse caso de violência doméstica. Ironicamente, a própria Erin ainda parecia ter algum sentimento por seu isolado ex-esposo, admitindo: “Eu sentia pena dele” e “Eu achei que conseguiria melhorar as coisas.” Claramente, ela não conseguiu.
Quanto a Stephanie, ela casou com seu novo amante Peter Brant em Paris alguns meses depois, fazendo com que Axl sofresse ainda mais paroxismos de desespero. Jogando sal na ferida, Stephanie deu a luz ao primeiro de dois filhos com Brant logo depois, e eles continuam bem casados até hoje.
O caso de Stephanie se arrastou por consideravelmente mais – com Axl peticionando uma ordem restritiva a certo ponto alegando que ela tinha levado cocaína pra casa dele na presença do filho dela de dois anos, Dylan. Mas, mais uma vez, com Axl arisco a ter Stephanie jogando no ventilador os detalhes dos piores aspectos de seu relacionamento com ela – de acordo com um amigo íntimo, Axl também acreditava que ele e Stephanie tinham estado juntos em mais de 15 vidas passadas – ele eventualmente entrou em um acordo antes do caso ser julgado, concordando em pagar supostos 400 mil dólares. Mais uma vez, Axl negaria muito do que sua ex-amante afirmava, até mesmo que ele tivesse pago pra se livrar do caso. O advogado de Stephanie, Michael Plonsker, não confirmou nem negou a quantia, e limitou-se a dizer que o processo foi resolvido “amigavelmente.”
Nem Erin nem Stephanie jamais fizeram queixas-crime. O estrago estava feito, entretanto, e a história de suas ações conjuntas contra Axl chegaram à capa da revista People em 1995. Um mês depois de a revista ter publicado a história da prisão de OJ Simpson como seu indiciamento pelo suposto assassinato de sua esposa Nicole Simpson, a maioria das pessoas adotou uma visão firmemente distorcida desse caso de violência doméstica. Ironicamente, a própria Erin ainda parecia ter algum sentimento por seu isolado ex-esposo, admitindo: “Eu sentia pena dele” e “Eu achei que conseguiria melhorar as coisas.” Claramente, ela não conseguiu.
Quanto a Stephanie, ela casou com seu novo amante Peter Brant em Paris alguns meses depois, fazendo com que Axl sofresse ainda mais paroxismos de desespero. Jogando sal na ferida, Stephanie deu a luz ao primeiro de dois filhos com Brant logo depois, e eles continuam bem casados até hoje.
Era o começo do retiro de Axl do mundo. De acordo com a babá de Stephanie, Beta Lebeis, que foi trabalhar para Axl depois que o casal se separou, ele tinha ‘adoração por ela’. Apesar das terríveis discussões e brigas, quando Stephanie se mudou para Nova Iorque para ficar com Brant, Axl ficou completamente devastado. “Quando a banda acabou, ele achou que poderia ter uma família, ele se casaria e teria filhos. Essa seria a segunda parte da vida dele. Ele teria dinheiro suficiente e dedicaria seu tempo à sua família. Ele sonhava com uma família, filhos, tudo que ele nunca teve.”
Perder Stephanie havia destruído aquele sonho. “Axl é uma pessoa que quer fazer tudo do modo certo,” observou Beta. Ele era “aquele tipo de homem apaixonado que muitas mulheres gostariam de ter em suas vidas. Ele era como um príncipe encantado. Ele fez, por Stephanie, todo tipo de coisa que você poderia achar num livro de romance. Quando eles estavam quase rompendo, ele foi até a casa dela, andando a cavalo e carregando flores. As coisas que ele fez por ela só podiam ser vistas em livros de história antiga. O que ele fez não existe mais na vida real! Eu acho que muitas mulheres teriam adorado estar no lugar dela. Eu nunca deixaria um homem assim. Mas Stephanie é bonita e sexy; ela pode ter qualquer homem que desejar. Ela usa os homens como se fossem brinquedos.”
Beta emendou: “Você já viu um criança com um brinquedo novo? Daí ela brinca com ele e mais tarde não quer mais brincar. Eu sempre disse que ela poderia machucar Axl mais do que ela pensava. Outros homens que se apaixonaram por ela nunca sofreram como Axl sofreu. Ele queria fazer tudo certo, e ele realmente achava que tudo estava indo bem. Ele levou essa relação muito a sério. Ela quase o matou.”
Certamente, o conturbado fim de seu relacionamento com Stephanie Seymour pareceu trazer um capítulo significante da vida de Axl a um fim forçado. No dia 20 de janeiro de 1994, ele tinha sido um dos convidados para a entrada de Elton John para o Rock N’ Roll Hall OF Fame em Nova Iorque. Naquela mesma noite, ele cantou ‘Come Together’ com Bruce Springsteen. Seria a última apresentação que ele faria em público em seis anos.
Enquanto isso, com as vendas de ‘The Spaghetti Incident?’ despencando – ainda assim um sucesso disco de platina nos EUA, mesmo considerado um fracasso em comparação com as vendas monstruosas desfrutadas por seus antecessores – Slash passou as primeiras semanas de 1994 compondo, para o que seria ‘o verdadeiro novo disco’, recebendo um adiantamento da Geffen que se supõe que tenha sido de 10 milhões de dólares – grana de superestrelato.
Entretanto, quando ele apresentou suas novas ideias para novas músicas a Axl, o vocalista pareceu completamente cético. Com Axl agora no controle total do nome Guns N’ Roses, não havia muito que Slash ou qualquer um dos outros membros pudesse fazer para forçar a questão, então Slash pegou as músicas de volta e começou a trabalhar no que eventualmente se tornaria seu primeiro disco solo, ‘It’s Five O’Clock Somewhere’, creditado como sendo do ‘Slash’s Snakepit’ – uma banda com Matt Sorum e [o agora desacreditado, pelo menos sob os olhos de Axl] Gilby Clarke, junto com o vocalista Eric Dover [ex-Jellyfish] e o baixista do Alice In Chains, Mike Inez – que foi lançado em fevereiro de 1995. Mas não antes de Axl dar sua opinião. “Ele ameaçou entrar com um processo por causa do primeiro disco do Snakepit, ’ diz Slash agora, com a dor e a surpresa ainda em sua voz. “Ele não queria as músicas, mas ele também não queria que eu as tivesse. Como se ele fosse meu dono.”
Exatos três anos antes, Slash disse à Rolling Stone, “Nós realmente nos sentiríamos meio que perdidos e solitários se tudo ruísse e tivéssemos que fazer discos solo, porque não seria o Guns N’ Roses. Nenhum de nós conseguiria reproduzir aquilo. Axl tem tanto carisma – ele é um dos melhores cantores do ramo. É a personalidade dele. Ele pode ir e fazer algo. O que me apavora é que se a banda acabar, eu nunca vou conseguir me separar do fato que eu sou o ex-guitarrista do Guns N’ Roses. E é quase como vender sua alma.”
Agora, todavia, tanto ele como Duff – cujo disco solo, ‘Believe In Me’, com participações especiais de Slash, Gilby, Matt, Dizzy e Sebastian Bach, tinha sido lançado em outubro de 1993 – estavam se vendo forçados a fazerem justamente isso. A banda inteira estava do nada começando a se fragmentar em projetos paralelos. Até Gilby agora estava trabalhando em um disco solo. Gilby, na verdade, seria o próximo a sair quando Axl ordenou sua demissão sumariamente sem explicação alguma – ou consultar Slash ou Duff – em Março de 1994. Na verdade, Axl esqueceu até de comunicar Gilby. Quando seu salário parou de aparecer em sua conta bancária, ele ‘tomou aquilo como um sinal’, ele diz. Quando os pagamentos voltaram a ser feitos, entretanto, ele presumiu que ele tinha sido recontratado. Quando eles pararam de novo – e então começaram e pararam pela terceira vez, tudo num período de semanas – ele consultou seu advogado, Jeffrey Light.
[CONTINUA!]
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