quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

“O Vocalista Com Quem Estamos Animados É Bem Conhecido”, DIZ Matt Sorum

Fonte: Imprensa Rocker!

O website “Noisecreep” conduziu um extensa entrevista com o baterista do Velvet Revolver e ex-Guns n’ Roses Matt Sorum. O músico falou, dentre outros assuntos, sobre o DVD do Velvet Revolver, novo vocalista e planos para o futuro.

Confira a entrevista completa, em português, com exclusividade no IMPRENSA ROCKER!

Em 2008 o Velvet Revolver – um híbrido de ex-Guns n’ Roses/Stone Temple Pilots – perdeu o controle quando o vocalista Scott Weiland deixou o grupo depois de apenas dois álbuns. Considerando que mais de dois anos se passaram e que não muita coisa aconteceu neste período, o baterista Matt Sorum parece estar até bem animado. Ele nem ao menos se importou quando o guitarrista Slash deu uma escapada para fazer um disco solo e saiu em turnê antes que um substituto para Weiland fosse encontrado. Ao invés de se lamentar, Sorum foi direto ao assunto, colocando as coisas em seu devido lugar para o Velvet Revolver versão II.

A banda já testou vários cantores e está perto de anunciar o substituto de Weiland, de acordo com Sorum. Assim que isto acontecer, eles irão para o estúdio para trabalhar no sucessor de “Libertad”, de 2007. Mas antes disso, ele e seus companheiros de banda querem lembrar os fãs a respeito de seu recente DVD “Velvet Revolver Live in Houston”, que captura um show de 2005, quando o VR era novo e tinha algo para provar.

O “Noisecreep” conversou com Sorum sobre a decisão de lançar um DVD com um show de cinco anos atrás, seu desapontamento com relação ao “Libertad”, como a banda se desgastou com Weiland, o que ele busca para o próximo álbum do Velvet Revolver e quão difícil é escolher um novo vocalista quando você já trabalhou com três melhores que há por aí.

O que você se lembra do show de Houston que vocês gravaram em 2005 para o novo DVD?


O que eu mais me lembro sobre aquele período da banda é que era uma novidade excursionarmos juntos. Havíamos acabado de iniciar uma turnê em teatros antes de tocarmos em locais maiores. O álbum havia sido lançado; já tinha entrado nas paradas, no nº 1; recebeu disco de platina. Estávamos pegando fogo. Havia muita excitação no ar. Estávamos todos em ótima forma física e psicológica. Todos estávamos num ótimo momento e definitivamente tínhamos uma química. E você consegue ver isso. Isto pula para fora da tela no DVD.

Por que vocês esperaram tanto tempo para lançar o DVD?


Nós nunca pensamos em lançar por nós mesmos. Alguém da “Eagle Rock” veio e nos perguntou se gostaríamos de lançar este show em DVD. Tudo que estávamos pensando era voltar com uma nova versão da banda. Mas então achamos que seria bom soltar alguma coisa que representasse aquela era da banda em sua melhor forma.

De onde surgiu o vídeo?


Nós filmamos para algum especial de TV ou algo do tipo, e a “Eagle Rock” veio até nós e perguntou, “podemos lançar isto”? E decidimos que seria totalmente legal, porque, como eu disse, nós não queremos destruir o que já criamos com Scott Weiland. Então entramos em contato com Scott e perguntamos, “você está de acordo?”, e ele disse “sim, vamos fazer”.

Então você ainda mantém contato com Weiland?


Nós temos uma relação profissional para os assuntos do antigo Velvet Revolver, mas isso é tudo.

Houve um atrito entre você e Scott antes dele sair da banda?


Na verdade, não. Scott apenas apareceu e quis fazer o lance dele, e não acho que todos nós entendemos na época. Realmente tivemos um pequeno desentendimento. Tínhamos acabado de sair de uma turnê monstruosa, passamos muito tempo trabalhando no segundo álbum, haviam alguns conflitos na banda e, infelizmente, todo aquele velho comportamento negativo rastejou pra dentro da banda novamente.

É mais ou menos como quando você está num relacionamento e pensa, “ah, vou terminar com esta pessoa, porque não gosto do que estou sentindo”. E então você entra num outro relacionamento, e a mesma merda aparece. Você fica, “oh, talvez seja eu. Talvez seja eu que tenha que lidar com alguma merda”. Este é o tipo de coisa que estava realmente acontecendo no fim. Haviam substâncias envolvidas, mas também personalidades e egos da parte de todo mundo.

Eu não estou me tirando da equação. Você fica cheio de si e começa a se sentir invencível e você se lembra como é bom se sentir assim. Nada dá errado quando você Está numa banda de Rock n’ Roll. Se um ator detona seu carro, sua carreira termina. Um músico detona seu carro, ele vende um milhão de discos. Por exemplo, Scott sendo preso e indo para a reabilitação as tantas vezes que ele foi… Eu já estava meio que, “já é o suficiente. Nós entendemos. Você provou seu ponto”. Eu ficava, “cara, a melhor coisa que você poderia ser agora é aquele cara que aparece brilhando. Então você seria o azarão que, de verdade, mostrou que todos estavam errados”.

E este foi o momento que tivemos no começo do Velvet Revolver. Tínhamos Scott Weiland no auge. E você olha para aquilo e diz, “gostaria que ele percebesse o quão bom ele pode ser com um pouco de foco. Porque ele pode ser um dos melhores”. Mas é a falta de foco que fode artistas como ele.

O que levou ao fim do relacionamento?


Eu disse algo na internet sobre como algumas pessoas não percebem o que têm, enquanto têm, porque estar numa banda é um momento, e é um momento efêmero. Aqui está você, no auge – como no DVD em Houston. Você está lá, todos amam você, e então você já não está mais lá. Você já era.

E todos nós já sentimos isto neste negócio, especialmente vivendo em Hollywood. Esta é a cidade do “o que você fez ontem”. E eles não ligam. Eu não ligo quantas vezes você voltou, como uma barata. Eles irão pisar em você, e você não vai morrer, mas você ainda tem que retornar e brigar para voltar ao topo. Eu gosto desta briga, mas a maioria das pessoas não consegue encarar esta briga. Elas não conseguem vencer. Elas preferem ficar sentadas no porão da casa da mamãe, na internet, e detonar todo mundo.

Então agora o foco é o Velvet Revolver 2011 em frente a todo vapor?


Yeah! Nós realmente vamos fazer de 2011 um novo período para o Velvet Revolver.

Como tem sido o processo de audições?


Nós testamos muitos caras novos, e basicamente é um processo e tanto. Scott Weiland é um dos melhores frontman por aí, e eu já estive em bandas com Axl Rose e Ian Astbury. É um cargo e responsa. Então estamos procurando por um indivíduo experimentado e verdadeiro, que possa se entrosar com caras como nós, que já têm estado por aí por muito tempo.

Não tem sido uma tarefa fácil, e é por isso que está demorando tanto. Mas nós não queremos voltar com meia força. Nós queremos criar algo que faça as pessoas dizerem, “uau, isso é demais”! Tivemos algumas situações em que estivemos com alguns cantores, mas desistimos porque não nos sentimos completamente seguros que seguir com determinado cara era o movimento certo.

Testamos alguns caras desconhecidos e outros que já estão por aí, mas o cara que com quem estamos bastante animados agora é bem conhecido. Não quero dizer nada ainda, porque ainda estamos na fase dos encontros. Ainda não consumamos o relacionamento ou fizemos um acordo de cavalheiros. Então não posso adiantar nada até termos um selo oficial de aprovação no acordo.

Você e Slash já escreveram algum material para o próximo álbum?


Sim, temos algumas músicas. Temos alguns ótimos riffs. Estamos tentando lapidá-los um pouco mais, mas há algumas coisas ótimas. Eu diria que provavelmente temos cerca de quatro ou cinco boas apostas, com letras, para coisas que me deixariam felizes num disco. É definitivamente matador. Mas, ao todo, ainda não temos música o suficiente, porque iremos entrar no estúdio e fazer.

A beleza de se estar numa banda com estes caras por tantos anos é que sabemos o que temos para oferecer. Então não temos que “pré-pensar” muito. Mesmo que possamos aliviar com baladas e tocar em outros estilos, nós estamos bem confortáveis sendo uma unidade Rock n’ Roll. Nós não precisamos fazer de nós algo que não somos. Neste sentido, somos tradicionais.

De que forma o próximo disco será diferente do “Contraband” ou “Libertad”?


“Contraband” tinha um elemento meio Punk Rock. Quando o escuto, sinto que há muita angústia nele. Quando eu fazia aquele disco, eu não era um recém sóbrio, mas estava sóbrio há pouco tempo. Lembro que ainda estava tentando me sentir confortável na minha própria pele. E esta angústia acabou sendo útil para nós.

Há uma energia que diz, “Estes caras ainda têm muita vitalidade dentro deles”. E quando eu ouço o “Libertad”, sinto que aquele álbum e algo que não éramos na época. Puxou mais para o lado do vocalista da banda. Scott queria fazer um certo tipo de álbum, então “Libertad” se tornou mais o lance dele. O “Contraband” já estava escrito antes de Scott entrar em cena. Ele apenas gravitou em direção ás canções e escreveu as letras e melodias. O “Libertad” foi um álbum baseado no que suas letras e visões eram, e saiu um pouco leve.

Parece que o seu próximo álbum pode ser mais como o “Contraband”?


Bem, esta é a meta e eu sei que estamos bem animados quanto a isso. Esta é a beleza dos caras desta banda. Posso olhar para cada um deles, e sei que eles possuem paixão suficiente para fazer música e que ainda resta força suficiente. De certa forma, ainda temos algo para provar. É mais sobre superarmos nós mesmos e tentarmos ser os melhores que podemos.

A meta agora é voltar a nos reunir, neste mês, e nos decidirmos sobre o vocalista. Slash irá terminar sua turnê no começo do verão, e então espero que até lá já tenhamos várias canções compiladas. Todos trabalhamos sozinhos, enviamos as idéias uns aos outros e trabalhamos juntos quando há intervalos. E talvez tiraremos mais algumas semanas para escrever, entrar no estúdio e gravar o álbum no fim do verão, para lançá-lo no fim de 2011. Estou ansioso para isto. Todos tivemos tempo suficiente para sair e viver outras vidas, nos aventurarmos, e retornar organicamente como uma unidade que quer fazer as coisas novamente.

Foi saudável para a banda Slash ter feito seu disco solo, ou vocês ficaram frustrados porque prefeririam trabalhar com ele no Velvet Revolver?


No começo eu me senti frustrado, mas então eu entendi onde ele estava e me coloquei em seu lugar. Ele sempre foi ótimo líder. Em se tratando de ética no trabalho, Slash é um dos caras que trabalham mais duro que conheço. Ano passado, você não podia ligar a TV sem vê-lo. Sim, para ser honesto. Mas ele precisava fazer este lance solo novamente e voltar para uma banda, e sentir o ambiente, que é completamente diferente. Agora já não está tudo sob os ombros dele, e eu acho que aquilo só pode ser bom para nós.

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